terça-feira, 29 de agosto de 2017

A CONTRIBUIÇÃO DO MESTRE SEBASTIÃO ALVES LOURENÇO - SEBASTIÃO CHICUTE – PARA A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL IMATERIAL THE CONTRIBUTION OF MASTER SEBASTIAN ALVES LORENÇO - SEBASTIÃO CHICUTE - INTANGIBLE ASSET FOR EDUCATION



Prof. Dr. Francisco Artur Pinheiro Alves

Resumo
O artigo trata da vida e da obra literária do Mestre da Cultura Sebastião Alves Lourenço numa perspectiva de patrimônio imaterial. O mesmo está divido em dois capítulos, o primeiro sobre o mestre da cultura e o segundo, sobre sua obra literária. Espera-se com este trabalho, contribuir com a discussão em torno da educação patrimonial, no campo da imaterialidade, como também com a difusão da Literatura de Cordel, esta arte tão importante no contexto da cultura popular do Nordeste do Brasil.

Abstract
The article deals with the life and literary work of the Master of Culture Sebastião Alves Lourenço perspective intangible heritage. The same is divided into two chapters, the first on the master and the second crop on his literary work. It is hoped that this work, contribute to the discussion of heritage education in the field of immateriality, as well as the dissemination of Cordel Literature, this art so important in the context of the culture of the Northeast of Brazil.

Palavras chaves: Cultura popular, literatura de cordel, mestre da cultura, patrimônio imaterial, educação patrimonial.

Introdução
O presente artigo visa analisar a obra literária do mestre da Cultura Sebastião Alves Lourenço, Sebastião Chicute, a partir de um grupo de folhetos de cordel de sua autoria, procurando enfocá-la como uma contribuição para uma educação patrimonial imaterial, no contexto de sua área de atuação.
Para tanto fizemos um recorte da pesquisa que resultou na tese de doutorado em educação, pela Universidade Autônoma de Assunção, na qual foi analisada a vida e a obra do mestre Sebastião Chicute, desde a sua história de vida passando pela Literatura de Cordel e sua atuação como mestre de reisado.
A pesquisa, de caráter qualitativo, teve como suporte metodológico a História Oral, no que concerne à análise da vida do mestres, amparada por uma análise bibliográfica sobre as temáticas referentes às suas habilidades: A Literatura de Cordel e o reisado.
No presente artigo, trabalhamos um pouco a vida de mestres da cultura, para que se possa conhecê-lo minimamente, mas o foco central do mesmo é a sua obra de cordel. Para tanto trabalhamos com os mesmos cordéis analisados no capítulo V da tese, adaptando o texto para uma forma de artigo.

1 O Mestre Sebastião Chicute:

Sebastião Alves Lourenço é filho do agricultor Francisco Lourenço Sobrinho (Chicute) e Maria Alves dos Santos. Nasceu em Aratuba-Ce em de abril de 193__. Aprendeu a ler com ajuda de amigos e sem frequentar a escola. Além de agricultor, foi comerciante, vereador em Capistrano na década de 1980. Na sua bagagem cultural, acumula as experiencias de coquista, mestre de reisado e cordelista.

1.2 A Alfabetização na Carta de ABC

O Mestre Sebastião Chicute descreve o seu grande desafio de aprender a lersem frequentar a escola, a experiência é tão forte que reproduzimos um trecho de seu depoimento sobre o assunto. Diz ele: “ Naquele tempo filho de trabalhador não ia pra escola. tinha que ajudar o pai na lida do roçado. Eu morava na serra, no município de Aratuba. Ajudei meu pai desde criança, trabalhando com no roçado. (...) Então ninguém se importava com escola, só os filhos dos patrões, mesmo assim uns queriam outros não queriam. Quando eu vinha do roçado com meu pai, passava na casa do nosso patrão e eu via os filhos dele estudando, lendo. Eu tinha vontade de aprender a ler. Aí um dia, tinha um passando as férias lá e me perguntou: Bastião tu quer aprender a ler? Eu disse , quero. Ele disse: Pois compre uma carta de ABC que eu te ensino. Aí eu comprei a carta de ABC e ele começou a me ensinar . Mas aí ele voltou de férias e eu fiquei lendo na cartilha, soletrando as palavras(...). Nas outras férias ele veio de novo e perguntou: como é que está Bastião? E eu disse, tou indo, to aprendendo. (…) Nesse tempo as pessoas gostavam de ler romance, era assim que se chamava os versos de cordel.(...) Então quando aparecia um romance, uma pessoa que sabia ler lia pros outros. Aí o pessoal começou a me pedir pra ler.(…) Foi indo foi indo e foi nesse negócio de ler verso que eu aprendi a ler o pouco que sei, ...
O escritor Gilmar de Carvalho, em Mestres da Cultura Tradicional Popular do Ceará, ao abordar sobre o mestre Sebastião Chicute, também relata como se deu o processo do mestre em estudo, da seguinte forma:” Sebastiao nunca aceitou um destino previamente traçado por um Deus pouco generoso. “Comprou uma carta de ABC” e o filho do patrão, chamado Edílson começou a lhe dar as lições nos fins de semana, nas férias.”(Carvalho 2006: 198,199).
Percebe-se que a leitura de livretos de cordel contribuiu para o mestre aprender a ler, mesmo sem frequentar a escola. O exemplo de alfabetização do Mestre Sebastião Chicute, pode ser levado a muitos jovens e adultos que não tiveram oportunidade de alfabetizar-se na infância ou na juventude.
1.3 O Cordel na Vida de Sebastião Chicute.

Há no mestre a dimensão poética que se manifesta tento nos glosas emitidas na folia de reis, quando dança ao lado do boi, quanto na literatura de cordel. Em entrevista a Gilmar de Carvalho, declarou: “Lá vou eu escrever um verso, passo uma noite, passo duas noites, depende do tempo e do dom”. Portanto o Mestre Sebastião Chicute é um poeta popular. Ele mesmo tem afirmado em diversas ocasiões, em diversas circunstâncias, falando de si mesmo: “ um poeta faz assim” ou ao fazer ou recitar uma glosa, repetir: “é o poeta, é a poesia”, referindo-se á forma de ver as coisas com o olhar de poeta. E o que vem a ser esta figura romântica chamado poeta. Buscou-se o conceito de um grande poeta popular cearense, Alberto Porfírio. Para ele ” poeta é aquele que tudo ama e justifica das coisas a razão de ser considerando tudo natural, divino e necessário. E complementa: ” É ainda o poeta que, desprovido de ambição, despreza a fortuna, e ama o simples, fazendo questão de ser um deles, merecendo, por isso, um protetor, um mecenas que lhe compreenda o valor e o ampare na vida.”(Porfírio, 1978, p31)
Além de cordelista Mestre Sebastião é também mestre de reisado, as duas atividades culturais desenvolvidas, lhe proporcionaram, em 2006, o título de Mestre da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará.

1.4 Sebastião Chicute: Mestre da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará

A lei estadual nº13.351 de 22 de agosto de 2003, instituiu o registro dos mestres da
cultura tradicional popular no âmbito de estado do Ceará. A data de sua publicação, foi cuidadosamente pensada, no dia do folclore. Por outro lado deve-se ressaltar que a referida lei é uma das decorrências do decreto federal 3.551 de 04 de agosto de 2000, promulgado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso sendo ministro da Cultura, Francisco Welffort. Este decreto oficializou a inclusão do Patrimônio Imaterial na relação do Patrimônio Cultural Brasileiro. O resultado imediato do decreto foi o desencadeamento de uma série de ações de valorização do Patrimônio Imaterial no Brasil, sobretudo no primeiro Governo do Presidente Lula, quando esteve à frente da pasta da Cultura, o cantor Gilberto Gil. (Abreu, 2007, p353) O referido decreto também interagia com a educação patrimonial na medida em que muito de suas metas estavam em sintonia com outra legislação no âmbito do Ministério da Educação que eram os PCS – Parâmetro Curriculares Nacionais, que inclui no currículo escolar, no capítulo dos temas transversais, a pluralidade cultural e a valorização do conhecimento do patrimônio étnico brasileiro, na forma da constituição de 1988 (Abreu, 2007, p363)
Por outro lado, o Estado do Ceará, ao aprovar esta lei, concretizava, em parte uma política de valorização e reconhecimento do patrimônio imaterial intangível reiterado pela 32ª Conferência Geral da UNESCO em 2003. Segundo Nogueira, 2008, “essa reorientação nos critérios de preservação da UNESCO, levou a França a instituir o sistema “tesouros humanos vivos, exemplo que o Ceará vem seguindo parcialmente”
Para o governador do Estado à época, Lúcio Alcântara, os mestres da cultura são homens e mulheres que perpetuam artes ancestrais, renovam a memória coletiva com criações contemporâneas e usam variadas linguagens para compor o mosaico da identidade cultural. (Carvalho, 2006: 9). Oswald Barroso em Encontro dos Mestres do Mundo, uma publicação da SECULT, classifica Mestre como sendo “um portador ativo de uma tradição”. Aquele que “guarda em seu corpo a memória de um saber coletivo”. Estes saberes de que é portador são “renovados constantemente por outros Mestres e por ele mesmo como ele.” Por tudo isso, o Mestre se inclui dentro do conceito daquilo que ficou estabelecido pela UNESCO como Patrimônio Imaterial. Oswald Barroso em seu ensaio, afirma: “Por isso não apenas seu saber deve ser tratado como patrimônio imaterial de uma cultura, mas também o próprio mestre, a integridade de sua pessoa, deve ser vista como tesouro cultural, patrimônio vivo de seu povo”, conclui Barroso. (SECULT, Encontro dos Mestres, 2008: 51).
2. A Poesia de Cordel do Mestre Sebastião Chicute
A Literatura de Cordel, enquanto manifestação de caráter popular e imaterial, constitui-se como patrimônio imaterial. O cordelista quando publica seus trabalhos está contribuindo com a difusão de uma literatura de cunho oral, embora escrita, resultado de um manancial que se estende há décadas e séculos, no nordeste brasileiro, como mostram os autores antes e agora citados, como é o caso de Ariano Suassuna, que afirma: “...a meu ver, a grande importância da literatura popular, para o Brasil, está no fato de que ela constitui uma espécie de “tradição viva”( ...) Tal importância está, aliás, a meu ver, em toda a nossa riquíssima Literatura popular,(...) (Suassuna 2007 p. 251,252.)
De outra parte, analisando o mérito da obra do mestre Sebastião Chicute, percebe-se que ele vai além, trazendo temas que contemplam a educação informal e até mesmo a educação escolar, como os relacionados à história regional, à religiosidade, à preservação da natureza, os chamados “causos”, à política, dentre outros.

2.1 Literatura de Cordel: Origem e Temáticas

Sobre Literatura de Cordel, Câmara Cascudo, em seu dicionário de Folclore Brasileiro classifica Literatura de Cordel como sendo uma “denominação dada em Portugal e difundida no Brasil, referente aos folhetos impressos, compostos em todo o Nordeste e divulgado pelo Brasil. (...) Literatura popular impressa que se reconhece também na França pela denominação de liiterature de colportages, literatura ambulante. A literatura de cordel desses países emigrou para o Brasil ingressando no patrimônio de cultura oral. (Cascudo, 2001p.332)
A literatura de cordel teve sua origem na prática da oralidade. No Nordeste Brasileiro registram-se as cantorias oitocentistas, eram poemas guardados na memória de antigos poetas, registrados por folcloristas ou reconstituição de folhetos relatando grandes pelejas. Tem-se como pioneiro da cantoria, o poeta Agostinho Nunes da Costa (1897 a 1858). Por outro lado os primeiros folhetos impressos no Brasil datam do séc. XIX, sendo considerado os pioneiros do cordel impresso Leandro Gomes de Barros e Francisco das Chagas Batista, na serra do Teixeira, na Paraíba. (Abreu, 1999 p. 74)

2.2 Discutindo alguns folhetos de cordel do Mestre Sebastião Chicute

A literatura de cordel, componente da grande área da literatura oral, está presente na arte do mestre Sebastião Chicute. Ele afirma em seus diversos depoimentos que os
primeiros contatos com o cordel, foi ainda na juventude, é o próprio Mestre que afirma:
Naquele tempo, pouca gente sabia ler. E eu como sempre fui conversador, as pessoas pediam – ler aí Bastião, um romance pra nós ouvir, então a gente lia romances, como era chamado o cordel antigamente. Foi aí que aprendi a escrever cordel, embora só na década de 60 tenha escrito o primeiro verso.
Ao se analisar a produção poética de Sebastião Chicute percebe-se algumas linhas temáticas. Grande parte de sua obra está dedicada á temática da religiosidade Católica, depois vem a temática da política, também a questão da violência, as questões inerentes ao amor, os animais e a história.
Como católico praticante, em dado momento de sua vida ativo participante das atividades da Igreja, como membro do movimento Encontro dos Casais Com Cristo, Sebastião muitas vezes, na ausência do padre, era chamado para “encomendar corpos”. Por sua formação religiosa e intensa participação na igreja, escolheu esta linha, como componente de sua produção literária. A respeito desta temática, Kunz, afirma:“Dentro d a literatura de cordel, a temática religiosa constitui um ciclo importante. De fato, poucos folhetos deixam entrever algum sinal de anti-clerismo. Inúmeros abordam unicamente assuntos religiosos: vida de santos, relatório de milagres, (…) Em quase todos há traços evidentes da moral católica, a maior parte contém uma exortação ao bem, revelando quase sempre, temor a Deus e respeito à Igreja.” (Kunz, 2001p.10)
Na verdade a religião, especialmente o catolicismo tem sido fonte de inspiração para o poeta popular, ao longo dos anos, um exemplo disso é o grande número de folhetos sobre o Pe. Cícero, frei Damião etc. Por outro lado as festas de padroeiros que acontecem nos diversos rincões do pais tem sido espaços utilizados por cantadores para fazerem suas apresentações e os autores de literatura de cordel tem realizado suas melhores vendas como afirma Alberto Porfírio ( Porfírio 1978: 25). Entretanto a partir dos anos 80 a Literatura de Cordel ganha os espaços urbanos e consequentemente ganha o público universitário, expandindo assim o seu espaço. Para este artigo foram escolhidos alguns de seus principais cordéis, notadamente os que versam sobre temas religiosos, ecológicos e históricos, sobre os quais teceram-se considerações analíticas.

2.3 Cordéis de Cunho Religioso

Sebastião Chicute, com a maioria dos poetas populares, em sua obra dedicada á religiosidade, também escreveu sobre o Pe. Cícero Romão Batista. Para Kunz, “ A grande maioria desses folhetos religiosos, versa sobre Padre Cícero, chegando a constituir um ciclo na literatura de cordel ” O fenômeno da exaltação de padre Cícero na Literatura de cordel segunda a autora, dentre outros, ocorre, “... como se fosse uma revanche poética sobre o silêncio que cercou os movimentos religiosos surgidos entre meados do século XIX e cujo traço comum foi o choque aberto entre a religiosidade popular e a doutrina oficial da Igreja dominante” (Kunz, 2001 p. 14).
Como se percebe, mesmo distante do núcleo de ação que propagou a figura de Pe. Cícero, a região do Cariri, o mestre Sebastião Chicute participa deste ciclo, escrevendo no início do Séc. XXI, mais um cordel sobre o Padre Cícero.

2.3.1 Cordel: A História de Pe. Cícero de Juazeiro do Norte
O cordel do Mestre Sebastião Chicute sobre a, História do Padre Cícero de Juazeiro do Norte, começa assim:
Hoje Resolvi contar
Através da poesia
A vida de padre Cícero
A hora o mês e o dia
Data que ele nasceu
Tudo de bom que fazia

Foi guia espiritual
Cuidava bem do seu povo
Curava deficientes
Trabalho que teve aprovo
Quisera nós que voltasse
Pra tê-lo com nós de novo
Portanto, o Mestre Sebastião Chicute participa, com seu trabalho, do chamado ciclo da literatura de cordel sobre Pe. Cícero, considerando-se que o mesmo é atemporal.

2.3.2 Cordel: Círio de Nazaré
O cordel Círio de Nazaré é uma espécie de louvação à Maria e ao mesmo tempo uma divulgação e convite para a festa do Círio de Capistrano. Começa, como é de costume entre os cordelistas, pedindo a Deus inspiração a deus para escrever o verso. No caso específico o autor começa assim:
Por se tratar de Maria, a tradição Católica é que sendo Maria mãe de Jesus, é também Mãe de Deus, como determinou o dogma do Concílio de Éfeso de 431, publicado pelo Concílio de Calcedônia de 451 (Fasanella, 2002: 18) e por conseguinte mãe de todos. Enveredando por esta linha da maternidade universal de Maria, realizar em outras estrofes várias louvações, à Mãe de Jesus. Dentro deste contexto de devoção ele, conceitua Maria e descreve o primeiro dia da festa que se inicia com o hasteamento da bandeira. Eis as sextilhas:
Maria é mãe dos aflitos
Dos justos e dos pecadores
Das crianças e dos adultos
De alunos e professores
Dos menos favorecidos
Dos fracos trabalhadores

Hoje nossa Capistrano
Nesta data costumeira
Em vinte e nove de agosto
Se ergue o pau da Bandeira
Para se comemorar
A festa da Padroeira
Encerrando o cordel, o poeta faz o convite às pessoas dos municípios vizinhos e próximos como Itapiúna, Aratuba, Canindé, Aracoiaba, Quixadá e Baturité, para a festa do Círio de Nazaré, como se ver a seguir:
Você de Itapiúna
Aratuba e Canindé
Você de Aracoiaba
Quixadá e Baturité
Venha assistir nossa festa
O Círio de Nazaré.

Com estes dois cordéis finaliza-se o que se denominou de cordéis de cunho religioso, sabendo-se que há dezenas de outros cordéis nesta área, mas o espaço não comporta.

2.4 Cordéis de Cunho Escolar

Outra vertente da produção cordelista de Sebastião Chicute é a da área escolar. Nesta área o mestre atua fazendo palestras nas escolas, dando entrevistas para trabalhos escolares e acadêmicos e escrevendo versos sobre encomendas. Selecionamos dois cordéis nesta temática. Conversando com Surdo Mudo (sem data), Conselhos Escolares (2007)

2.4.1 Cordel: Conversando Com Surdo e Mudo

Conversando com surdo e mudo, é um cordel que discute, à sua maneira, a inclusão social. A partir da lei 93940/96, as pessoas com deficiência, em geral, passaram a ter a garantia da inclusão na escola. Uma luta de anos, com várias vitórias ao longo do tempo. No que pese ser um direito, a concretização deste direito é uma outra luta que estas pessoas e suas famílias tem pela frente. Mas o poeta chama atenção para a necessidade de se comunicar com estas pessoas, com gestos. Diz ele:
Ninguém discrimina o surdo
Por não ouvir nem falar
Todos merecem respeito
Precisa a gente ajudar
O que a natureza fez
Nós temos que aceitar
E conclui o cordel com uma estrofe de sete versos, diferente das anteriores, de seis versos, direcionada a alunos e professores:
De tudo que prescrevi
Achei caso diferente
Quem tem tudo vive bem
E Quem não tem é carente
Alunos e professores
Fique sabendo senhores
Que surdo também é gente

Pode-se, portanto incluir este verso no elenco das ideias em prol da inclusão social, no caso de pessoas com deficiência auditiva, um desafio para a educação.

2.4.2 Cordel: Conselhos Escolares

A pedido da secretaria de educação do município, o Mestre Sebastião Chicute escreveu um cordel a partir das orientações do setor para organização destes conselhos. O objetivo do cordel era sensibilizar, pais, alunos e comunidade, para a importância dos conselhos e um texto em Literatura de Cordel é sempre bem aceito e de fácil compreensão.
A partir dos documentos e textos dados ao poeta ele elaborou o presente cordel que se inicia com a descrição sobre o programa e em dado momento relata a função de controle exercida pelo conselho o poeta escreveu:
O programa nacional
Tem maior realidade
Tem o fortalecimento
Pra nossa sociedade
Na cultura brasileira
A bem da comunidade

Apoio e controle público
Tenha mais atuação
Com estes órgãos de apoio
Tenha maior decisão
Pra um significado
No Brasil e na criação
E para os professores de nossas escolas públicas o poeta é incisivo em sua defesa, já que são parte do processo. Também destaca a necessidade de formação e das escolas estarem bem preparadas para os desafios da educação. Tudo numa única estrofe:
Precisa salários dignos
Formação continuada
Devem ser fortalecidas
Muito bem encaminhadas
Organismos sociais
Escolas bem preparadas

2.5 Cordéis com enfoque ecológico ambiental
Há um conjunto de cordéis que tratam de temas ligados á ecologia, de uma forma geral, destes trabalhou-se com dois nesta pesquisa, são eles: o aquecimento Global e o Cordel dos Passarinhos.

2.5.1 Cordel: O Aquecimento Global

O aquecimento global é um tema abordado nas escolas, tanto na disciplina de Geografia. Como nas outras disciplinas de forma transversal. É Está na agenda do dia, por ser um problema que afeta a todos. A literatura de cordel não poderia se furtar de abordar este tema. Poeticamente ele adverte sobre o que pode ocorrer:
Trata-se de catástrofe
Conforme o aquecimento
Tendo outras consequências
Por sede, fome e tormento
Tem muito choro e miséria
Com furacão violento

Até os mares estão
Bem lentamente subindo
Os resultados são estes
Que o mundo está sentindo
Calor que a terra treme
E chuva diminuindo
O trabalho é o resultado de uma pesquisa feita pelo autor, ao que parece uma reportagem sobre a temática. Este é mais um tema transversal e está na ordem do dia nas escolas do ensino fundamental e médio. O cordel tem o privilégio de leva-lo para além da sala de aula, para as residências ou qualquer outro local.

2.5.2 Cordel dos Passarinhos

O que se percebe é que Sebastião Chicute, como os demais cordelistas tem a sua participação em várias áreas temáticas da Literatura de Cordel. O cordel em estudo, foi uma encomenda feita pelo pesquisador da área de literatura oral da Universidade Federal de Campina Grande, Prof. Dr. Hélder Pinheiro. É uma obra prima de Sebastião Chicute na área da fauna nordestina, é mais uma contribuição do mestre Sebastião Chicute para a Educação Patrimonial. Para ilustrar o que se está afirmando registrou-se algumas estrofes sendo a primeira é sobre o pássaro canção (Ibycter americanus)
Admirei o canção
Entre cipó e graveto
Estando junto eles cantam
Imitam qualquer soneto
Tem olhos avermelhados
Papo branco e bico preto.

Quem conhece o pássaro canção o reconhece nesta estrofe, pois além de ser um pássaro que se refugia entre os cipós da caatinga, também faz um grande coro quando está em voando só ou em pares. Por outro lado, o cancão do nordeste brasileiro é preto e branco, como descreve o poeta.
Outro pássaro muito conhecido em todo Brasil, o João-de-barro (Furnarius rufus), é contemplado no cordel com a seguinte estrofe:
Admiro o João de Barro
Por ser muito inteligente
É um bom mestre de obra
Seu trabalho é competente
Começa a casa e termina
Sem precisar de servente

Na estrofe, além de ressaltar a “inteligência” do pássaro, o autor o compara diretamente com um construtor, um mestre de obra que dispensa o servente, faz sozinho sua casa.
Um pássaro que pouco se ouve falar, o mestre regata sua evidência e o traz para o público jovem, sobretudo o público urbano, que pouco conhece de nossa fauna. Trata-se do pássaro Fura Barreira (hylocryptus rectirostris) também conhecido como do Bico de Latão. Diz ele:
O velho Fura Barreira
Faz o seu ninho no chão
Lhes chamam de outro nome
Nos costumes do sertão
Aoa invés de Fura Barreira
Chamam bico de Latão

Percebe-se que o autor conhece bem os pássaros de que fala, resgatando assim um conhecimento que poucas pessoas tem hoje em dia, quer seja pelo fato da urbanização, quer pelo processo de extinção em que em que se encontram os passaros. E finaliza o seu cordel de 30 estrofes com uma sestilha e uma sétima nas quais recomenda não maltratar os passarinhos e de sua aprendizagem com estes seres vivos. Vejam:
Não maltrate os passarinhos
Tenham deles compaixão
São eles donos da selva
Tenha ele como irmão
São criaturas de Deus
Com direito ao mesmo Chão
Falei em diversos pássaros

Em todos os cordéis há um ensinamento, uma lição, um aprendizado, um saber popular. É desta forma que os mestres da cultura, e no caso específico o mestre Sebastião Chicute, contribui com o aprendizado, a cultura, a tradição, popular.

2.6. Cordéis de Cunho Histórico

Em debate que participou junto à turma da disciplina Ação Educativa Patrimonial, do Curso de Historia da Universidade Estadual do Ceará, em 15 de julho de 2010, Chicute afirmou que contar história era o que mais lhe fascinava. Talvez por gostar de abordar temas em que prevaleçam histórias, de uma maneira geral, é que Chicute conseguiu escrever, um importante trabalho de cunho histórico. Trata-se do romance: Os primeiros Escravos no Ceará.


2.6.1 Cordel: Os Primeiros Escravos no Ceará

O cordel Os primeiros Escravos no Ceará trata-se de um “romance”, que na linguagem dos cordelistas, é um verso com mais de 48 páginas. Este Cordel tem 90 páginas, cada uma com três estrofes, totalizando 270 estrofeso que denota uma grande pesquisa. O cordel foi uma demanda da Secretaria de Educação de Capistrano em 2008 para ser distribuído para todas as escolas municipais.
A maior parte do cordel, porém fala do movimento abolicionista, talvez por que a fonte que o autor utilizou em suas pesquisas tenha sido um texto sobre os abolicionistas. Relata o nome de quase todos eles, como nas estrofes 49 e 55 em fala da fundação do centro Abolicionista e de outros personagens do movimento abolicionista:
Sendo Barão de Studart
Junto a Meton de Alencar
Teodorico da Costa
Comendador exemplar
Centro Abolicionista
Decidiu participar.

Por conta dos coletores
Joaquim Agostinho Fraga
E Antonio da Silva Matos
Que quis preencher a vaga
Jurumanha e Gil Ferreira
Que a história consagra.

No movimento abolicionista o Ceará foi a primeira província do império do Brasil a ter seus escravos livres. Por esta proeza o Ceará recebeu de José do Patrocínio, expoente do movimento nacional abolicionista, em 1884 título: “Ceará Terra da Luz”, conforme dizem os historiadores locais e nacionais. A libertação dos escravos do Ceará, 15;03;1884, é descrita em seis estrofes pelo mestre poeta das quais destacamos:
A vinte e cinco de março
O tempo mudou o clima
Houve festas oito horas
Saudação de alta estima
As graças de Deus descendo
Com o poder que vem de cima

O poder Legislativo
Deu início uma cessão
Estava ali o presidente
E a sua comissão
Todo mundo dava viva
Parabéns abolição

Encerra o seu cordel dando destaque á libertação dos escravos no Brasil, fato que ocorre no dia 13 de maio de 1889.

2.6.2 Cordel: Dados Históricos do Município de Capistrano
Este cordel é bem completo, traz muitas informações sobre o município de Capistrano, algumas leis são descritas com grande maestria, como a lei que criou o município, a lei da intervenção, traz muitas datas importantes para a história do município, só não tem uma sequência histórica.
A primeira estrofe trata do nome original de Capistrano, Riachão da Lagoa Nova e na estrofe seguinte ele fala do fundador do município, segundo a tradição histórica:
O povo está me pedindo
Uma verdadeira prova
Com os dados do passado
Eu digo e ninguém reprova
Dizer por que foi cahamado
Riachão da Lagoa Nova

Nas terras herdadas do pai
O saudoso capitão
Timóteo Ferreira Lima
Que começou Riachão
Uma área produtiva
De uma grande dimensão
Continuando sua descrição histórico poética o mestre Sebastião Chicute fala do primeiro cartório, da lei que transformou o distrito em município em 1951, da primeira eleição, da eleição de cada prefeito, etc.
Considerações finais

O Mestre Sebastião Chicute, portanto, como um mestres da Cultura tradicional popular de seu estado, contribui, com a sua prática, com o seu ofício de cordelista e de Mestre de reisado, com a manutenção, a divulgação, a revitalização destas duas atividades culturais e por conseguinte com a educação patrimonial imaterial, no seu município e no raio de abrangência de sua atividade artística e cultural. Sua contribuição, por vezes é diretamente junto aos estudantes, quando estes o procuram para dar depoimentos sobre a cultura, sobre suas atividades e experiência, ou ainda quando participa de palestras, debates, discussões em salas de aula ou em outras atividades escolares. No entanto a sua contribuição Juno ao processo de educação patrimonial, de caráter imaterial, se dar de maneira mais atuante, fora dos muros da escola, desde quando participou das primeiras apresentações nos grupos de reisados de sua comunidade na década de 1950, como relata em seus depoimentos, ou seja ao longo de sua vida de brincante de reisado e de poeta popular inicialmente cantando coco e ultimamente como poeta de bancada, como se verá no capítulo específico sobre a sua produção na Literatura de Cordel.
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Fontes hemerográficas: Jornais/diários:
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Jornal Diário do Nordeste. Reverenciados na mostra, mestres vão ao MIS Diário do Nordeste – Caderno 3. Disponível em: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=384715. Acesso em 05 de novembro de 2011.

Leis:
Estado do Ceará. Secretaria da Cultura. Lei nº 13.351, de 22 de agosto de 2003.
Diário Oficial do Estado Edição Nº161 de 22 de agosto de 2003
Brasil, Ministério da Educação. Lei 9394/96 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Fonte de História Oral – entrevistado:
Sebastião Alves Lourenço – Sebastião Chicute – Mestre da Cultura