Pe. Francisco Artur Pinheiro Alves
terça-feira, 23 de abril de 2024
LANÇAMENTO DO LIVRO: CARQUEIJA DOS ALVES: Coletânea de Histórias e Memória
sexta-feira, 19 de abril de 2024
HOMENAGEM AOS OS POVOS INDÍGENAS DOS CAJUAIS- CAPISTRANO-CE
Pe. Francisco Artur Pinheiro Alves
Imagem da internet: https://agroecologiaemrede.org.br/experiencia/quintal-produtivo-da-comunidade-cajuais/ ( baixada em 19/04/2024.
Fiquei
impactado com o maravilhoso pronunciamento da Ministra dos Povos Indígenas,
Sônia Guajajara, ontem à noite, em rede nacional. Considero que foi um marco na
história das comemorações do Dia do Índio, agora dia dos Povos Indígenas,
mudança muito propícia.
Diante
disso, resolvi, embora que sem dados mais apurados, baseado apenas em relatos
praia, falar um pouco sobre os povos originários, em Capistrano, minha cidade
Natal.
A
colonização do Ceará se dá a partir do início do Sec. XVIII, tendo como marco a
expedição de Pero Coelho de Souza em 1603. A partir de meados daquele século, é
que a colonização se efetiva, mais precisamente a partir de.1654, depois que os
holandeses são expulsos do Nordeste e os portugueses, assumem o processo de
colonização e povoamento do Ceará.
A
reação dos povos nativos foi muito forte, até serem vencidos na famosa
Confederação dos Cariris, onde enfrentaram os colonizadores numa guerra que
durou cerca de 30 anos, perdendo a guerra por não disporem de armas de fogo.
Portanto
o Ceará era habitado por muitas tribos indígenas. Na região do Maciço de
Baturité predominava, a Nação dos Índios Kanindés. Provavelmente, em Capistrano
eles estivessem presentes.
O
que se sabe é que na Serra dos Cajuais anos depois foram encontrados vestígios
arqueológicos referentes a estes povos.
Meu
irmão Nonato Pinheiro, que foi seminarista do Seminário da Prainha em
Fortaleza, conta que os Padres Pedro e Joaquim, ex-vigários de Capistrano, no início
da década de 1960, receberam um pote, provavelmente uma urna funerária, de
moradores dos Cajuais, que haviam
arrancado do solo local e que desconheciam a origem. Os padres teriam trazido o
mesmo para Fortaleza, mas, infelizmente não se sabe o que aconteceu com esse
artefato.
Outros
relatos são contados por contemporâneos, que relatam fatos contados de seus
antepassados. Exemplo desses relatos temos os do Sr. Chico BISPO, um contador
de histórias de Capistrano, ex-vereador. Segundo ele, quando as pessoas iam
fazer alicerces das casas, muitas vezes encontravam cacos de potes e panelas de
barro e até buracos, arredondados, como se ali tivesse sido enterrado uma panela
ou um pote de barro. Mas, pelo que sabemos, estes cacos nunca foram
preservados.
Hoje
Cajuais está bastante povoado, é um celeiro de hortaliças. As mulheres do local
vendem Cheiro Verde, todos os dias em Capistrano e Itapiúna. Certamente não é possível
fazer ali, uma escavação arqueológica, mas a memória destes relatos pode sim
ser registrada. Este desafio eu deixo para os alunos de História das diversas
faculdades da macrorregião e até da UECE em Fortaleza, que residem em Capistrano,
Itapiúna e região. Seria muito bom resgatar estas histórias e estas memorias.
Neste
dia dos povos indígenas queremos pois, com esta crônica, homenagear nossos
ancestrais dos Cajuais e região do Maciço de Baturité. VIVA OS POVOS
ORIGINÁRIOS, nossos ancestrais.