sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Terceirizados



O programa "mais médicos" do Ministério da Saúde tem um objetivo salutar, que é suprir a carência de médicos no Brasil. Entretanto demonstra fragilidades e contradições, que expõem o governo e de seus apoiadores. Na primeira etapa o programa cadastrou médicos brasileiros, como as vagas não foram supridas, abriu inscrição para médicos estrangeiros e como ainda assim continuou havendo vagas, fez um convênio com o governo cubano para trazer médicos daquele país. Na verdade, este era o objetivo inicial e central do programa. Mas o que é curioso é que a forma de contratação dos médicos cubanos é diferente das dos demais. Os médicos dos outros países, onde há liberdade, eles próprios se inscreveram no programa e receberão a remuneração, que é de R$ 10.000,00, como um assalariado. 

Os médicos cubanos, não terão o direito inalienável de receber sues salários, o dinheiro será repassado para Cuba e o regime castristas é que os pagará, sabe Deus quanto e como. Ou seja é uma terceirização. O que é interessante é que, semana passada, ouvi vários pronunciamentos de líderes da CUT contra a PEC da terceirização que está em debate no Congresso e não ouvi nenhuma palavra destes líderes em relação a esta "terceirização internacional" na qual o governo brasileiro se eximirá de qualquer responsabilidade trabalhista os médicos que está contratando. Ao que parece, este tipo de terceirização é ainda pior do que a que se pratica no Brasil e, pasmem, com profissional de nível superior. Esta é uma das facetas do programa "mais médicos" que está muito nebuloso e o governo precisa ser mais transparente em relação a ele.

Francisco Artur Pinheiro AlvesProfessor de História da Uece
PUBLICADO ORIGINALMENTE NA COLUNA

Ideias

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Em 28.08.2013

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