terça-feira, 23 de abril de 2024

LANÇAMENTO DO LIVRO: CARQUEIJA DOS ALVES: Coletânea de Histórias e Memória

Pe. Francisco Artur Pinheiro Alves 

    
    Sábado, dia 21 de abril, dia de Tiradentes, tivemos, o lançamento do livro Carqueija dos Alves- Coletânea de Histórias e Memória. Foi na Biblioteca Profa. Lourdenise Pinheiro, na Carqueija dos Alves, em Capistrano-CE. Mesmo debaixo de muita chuva, que deixou a estrada com muita lama, a programação foi realizada com sucesso.
    O livro foi escrito por 20 autores, cada um contando uma história ou fazendo um comentário de uma memória vivenciada na localidade ou sobre uma pessoa da comunidade. Contém também dois cordéis sobre a Carqueija dos Alves e seus ancestrais.
    A organização foi nossa, Pe. Artur Pinheiro e o Prefácio foi do Prof. Manoel Alves de Sousa, da Universidade Estadual do Ceará
    Seguem-se as imagens que registraram o momento. As próximas fotos são do lançamento oficial, na manhã do sábado. Depois, na parte da tarde, chegaram mais pessoas e fizemos um segundo momento.





 

    À tarde, chegou outro grupo de pessoas, que veio nos visitar, e fizemos um novo momento, de lançamento, que ficou registrado na imagem a seguir.


    O livro continua à disposição dos interessados e é impresso sob encomenda. Mas foi disponibilizado em PDF nas redes sociais da comunidade.




sexta-feira, 19 de abril de 2024

HOMENAGEM AOS OS POVOS INDÍGENAS DOS CAJUAIS- CAPISTRANO-CE

 Pe. Francisco Artur Pinheiro Alves

Imagem da internet: https://agroecologiaemrede.org.br/experiencia/quintal-produtivo-da-comunidade-cajuais/ ( baixada em 19/04/2024.

            Fiquei impactado com o maravilhoso pronunciamento da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, ontem à noite, em rede nacional. Considero que foi um marco na história das comemorações do Dia do Índio, agora dia dos Povos Indígenas, mudança muito propícia.

            Diante disso, resolvi, embora que sem dados mais apurados, baseado apenas em relatos praia, falar um pouco sobre os povos originários, em Capistrano, minha cidade Natal.

            A colonização do Ceará se dá a partir do início do Sec. XVIII, tendo como marco a expedição de Pero Coelho de Souza em 1603. A partir de meados daquele século, é que a colonização se efetiva, mais precisamente a partir de.1654, depois que os holandeses são expulsos do Nordeste e os portugueses, assumem o processo de colonização e povoamento do Ceará.

            A reação dos povos nativos foi muito forte, até serem vencidos na famosa Confederação dos Cariris, onde enfrentaram os colonizadores numa guerra que durou cerca de 30 anos, perdendo a guerra por não disporem de armas de fogo.

            Portanto o Ceará era habitado por muitas tribos indígenas. Na região do Maciço de Baturité predominava, a Nação dos Índios Kanindés. Provavelmente, em Capistrano eles estivessem presentes.

            O que se sabe é que na Serra dos Cajuais anos depois foram encontrados vestígios arqueológicos referentes a estes povos.

            Meu irmão Nonato Pinheiro, que foi seminarista do Seminário da Prainha em Fortaleza, conta que os Padres Pedro e Joaquim, ex-vigários de Capistrano, no início da década de 1960, receberam um pote, provavelmente uma urna funerária, de moradores dos Cajuais,  que haviam arrancado do solo local e que desconheciam a origem. Os padres teriam trazido o mesmo para Fortaleza, mas, infelizmente não se sabe o que aconteceu com esse artefato.

            Outros relatos são contados por contemporâneos, que relatam fatos contados de seus antepassados. Exemplo desses relatos temos os do Sr. Chico BISPO, um contador de histórias de Capistrano, ex-vereador. Segundo ele, quando as pessoas iam fazer alicerces das casas, muitas vezes encontravam cacos de potes e panelas de barro e até buracos, arredondados, como se ali tivesse sido enterrado uma panela ou um pote de barro. Mas, pelo que sabemos, estes cacos nunca foram preservados.

Vista parcial da cidade de Capistrano, tendo ao fundo a Serra dos Cajuais. Fonte: https://aprece.org.br/municipio/capistrano/

            Hoje Cajuais está bastante povoado, é um celeiro de hortaliças. As mulheres do local vendem Cheiro Verde, todos os dias em Capistrano e Itapiúna. Certamente não é possível fazer ali, uma escavação arqueológica, mas a memória destes relatos pode sim ser registrada. Este desafio eu deixo para os alunos de História das diversas faculdades da macrorregião e até da UECE em Fortaleza, que residem em Capistrano, Itapiúna e região. Seria muito bom resgatar estas histórias e estas memorias.

            Neste dia dos povos indígenas queremos pois, com esta crônica, homenagear nossos ancestrais dos Cajuais e região do Maciço de Baturité. VIVA OS POVOS ORIGINÁRIOS, nossos ancestrais.