sábado, 28 de fevereiro de 2015

domingo, 22 de fevereiro de 2015

PAULO PETROLA: 10 anos de saudade


Há 10 anos o Ceará perdeu um de seus grandes intelectuais, o professor PAULO DE MELO JORGE FILHO, conhecido como PAULO PETROLA. Petrola foi reitor da UECE no período de 1992 a 1996. Neste mesmo período ocupamos a direção da FECLESC-Quixadá. Somos testemunha da dedicação que Petrola tinha à causa da interiorização do ensino superior. Apesar da inúmeras dificuldades proporcionou grandes conquistas em todas as faculdades do interior da UECE em especialmente na FECLESC realizando concurso para mais de 40 professores em seu reitorado.Colaborou conosco na construção da RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA DA FECLESC, a única da UECE no interior e capital, ampliou a unidade com a construção de três salas de aula, instalou o primeiro laboratório de informa´tica da FECLESC, com 6 computadores 3/86 o qual fi responsável pelas primeiras iniciativas de inclusão digital em Quixadá, proporcionando a partir daí o nascimento de empresas hoje consolidadas na região.
O falecimento de PETROLA foi noticiado por jornais do estado e do sul e sudeste do pais, como os jornais O ESTADO DO PARANÁ E O ESTADO DE SÃO PAULO conforme podemos vernas materias abaixo dos dois jornais:



O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,mal-subito-mata-secretarios-de-rio-e-fortaleza,20041202p1645Redação O Estado do Paraná - Paraná On line
Publicação02/12/2004 - 20h42

Fortaleza - O secretário de Educação e Assistência Social da prefeitura de Fortaleza, Paulo de Melo Jorge Filho (foto), mais conhecido como "Paulo Petrola", de 63 anos, morreu ontem, após passar mal, durante uma solenidade no Centro de Convenções Edson Queiroz, na capital cearense. O governador do Ceará, Lúcio Alcântara, do PSDB, estava no evento. Médico, Alcântara deu os primeiros socorros a "Paulo Petrola", que foi levado para o Hospital São Mateus, mas não resistiu. A causa da morte não foi revelada. De acordo com a assessoria do hospital, as informações só poderiam ser repassadas com a autorização da família dele. "Paulo Petrola" sentiu-se mal por volta do meio-dia (horário local), durante uma solenidade de entrega de medalhas para estudantes da rede pública que se destacaram na área de ciências.

NO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO - ESTADÃO- a matéria está publicada no link abaixo:
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Prof. Francisco Artur Pinheiro Alves
Do Curso de História da UECE e do 
INSTITUTO CALUMBI DE EDUCAÇÃO E CULTURA
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HOMENAGEM AO CAPISTRANENSE, PROFESSOR JOÃO CÉSAR PINHEIRO ALVES

Dentro da série de homenagens que a Revista Capistrano em Foco pretende fazer, publicamos hoje a do PROFESSOR JOÃO CÉSAR PINHEIRO ALVES. Nasceu em Capistrano, cedinho foi para Fortaleza, com a a vó Irene Pinheiro e com ela e seu avô Firmino Simplício, foi para São Paulo. Naquela cidade ingressou no magistério, como diretor de escola Estadual, por concurso público, tendo se aposentado recentemente no governo Geraldo Alkimim. Foi também professor da rede municipal de São Paulo, onde se aposentou na gestão do prefeito José Serra. Mesmo longe da terrinha, João César mantém um quinhão da propriedade que foi de Pedro Alves da Silva, seu avô e depois de Raimundo Alves da Silva, seu pai, na localidade de Carqueija - São João, administrada por seus irmãos Pedro Jorge e Domingos Sávio ( Sassá). Professor João César é nosso homenageado de hoje.

Um Papa Francisco desconcertante! | Espiritualidade | O POVO Online

A REVISTA CAPISTRANO EM FOCO, como não poderia ser, traz para seus leitores este excelente artigo de nosso conterrâneo, Pe. GIOVANE SARAIVA, nascido na localidade de Mazagão, hoje pároco da paróquia da Santo Afonso na Parquelândia em Fortaleza e que ocupa importantes cargos na Arquidiocese de Fortaleza. Leia e recomende-o a outras pessoas.

Um Papa Francisco desconcertante! | Espiritualidade | O POVO Online

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Ordenações femininas nas igrejas cristãs - FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES

Se é verdade que Jesus escolheu seus 12 apóstolos todos homens, não se pode dizer que por conta disso, as mulheres, com a evolução dos tempos, não possam receber o sacramento da ordem. São Paulo, em Gl 3: 27,28, iguala todos os cristãos e cristãs: 27- pois todos quantos em Cristo fostes batizados, de Cristo vos revestistes. 28 -Não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.

Ora, se não há homem nem mulher, como não há judeu nem grego, escravo ou livre, todos são um em Cristo, todos são iguais em Cristo, então a mulher é igual ao homem em Cristo, portanto, poderia exercer toda e qualquer função na Igreja de Jesus Cristo. Do contrário não seriam iguais e muito menos “um”. Quando ele diz são “um”, é por que não pode haver diferença, todos são iguais, de tal forma que são “um”.

E o próprio São Paulo narra em Rm 16:1, a existência de uma diaconisa, que inclusive muito fizera por ele, como podemos ver: 1 - Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é diaconisa na igreja de Cencreia. 2 - Peço que a recebais no Senhor, de modo digno como os santos devem ser recebidos e a ajudeis em tudo o que venha a necessitar, porquanto ela tem prestado grande auxílio para muitas pessoas, inclusive para mim.

No que pese, alguns contestarem esta assertiva, de que Febe era uma diaconisa, a Bíblia TEB, uma edição conjunta das edições Loyola e Paulinas, autorizada pela CNBB, está escrito textualmente, em Rm 16:1, “diaconisa”. É certo que a ordenação de diáconos foi uma iniciativa dos apóstolos, frente ao acúmulo de trabalho que estava sobre eles. Portanto os apóstolos perceberam que tinham que criar um corpo de auxiliares e na comunidade de Cencreia, uma destas auxiliares era mulher. Se Paulo diz que tratava-se de uma diaconisa, é porque ela foi ordenada como tal, do contrário não teria referido-se a ela com este termo.

Portanto, estas duas passagens da Bíblia, por si só, já credenciam as igrejas cristãs a ordenarem mulheres tanto como diaconisas quanto como sacerdotisas ou presbíteras.

Dom Clemente Isnard, beneditino, à época bispo emérito de Nova Friburgo RJ, tendo por base a decisão das igrejas Anglicana e Luterana e os bons resultados que foram alcançados em ambas, sugere que este assunto seja amadurecido na Igreja Católica (Isnard, 2008 p. 29 ).

A igreja Anglicana, ordena mulheres e pelo que se sabe está se dando muito bem. Recentemente uma das mulheres ordenadas sacerdotisa, foi consagrada bispa, como podemos ver na reportagem a seguir:

Kay Glodsworthy se tornou a primeira mulher bispa da Igreja anglicana australiana, que autorizou esta iniciativa em 2007. Glodsworthy foi uma das primeiras dez mulheres sacerdotisas ordenadas em 1992 pelo antigo arcebispo de Perth, capital da Austrália Ocidental. O atual responsável desta arquidiocese, Roger Herft, que a ordenou como bispa, assinalou que sua ordenação mantém a tradição de outorgar um papel relevante à mulher na igreja e na comunidade. A notícia é do boletim eletrônico Periodista Digital, 11-04-2008. (http://www.ihu.unisinos.br/ acesso em 05/01/15)

Este é um fato histórico e de muita importância para o cristianismo, exemplo de evolução da igreja e que poderia ser seguido por todas as organizações religiosas cristãs neste século XXI.

O tema é polêmico entre os cristãos de várias confissões, mas os exemplos das Igreja Anglicana e Luterana são os mais patentes, em termos de experiências positivas e que devem encorajar aquelas e aqueles que lutam por esta conquista para as mulheres na Igreja de Cristo, para que nela sejamos “um em Cristo”, como tão bem definiu São Paulo.

Por fim, ressalte-se a contribuição que as mulheres poderiam dar à igreja nos serviços pastorais, ministrando os sacramentos e na evangelização como um todo. Seria uma conquista inestimável para as mulheres, sim, mas sobretudo para a o projeto de expansão do cristianismo.

Francisco Artur Pinheiro Alves é professor do curso de História da UECE e membro o INSTITUTO CALUMBI DE EDUCAÇÃO E CUTURA
Publicado nos dias 25/01/15 e 08/02/2015 na pagina ESPIRITUALIDADE do Jornal O POVO de Fortaleza  www.opovo.com.br

HOMENAGEM AO PROF. NONATO PINHEIRO um capistranense ilustre

Raimundo Nonato pinheiro Alves, é filho natural de Capistrano, seus pais são Raimundo Alves da Silva e Lourdenise Pinheiro Alves. Estudou no Seminário da Prainha em Fortaleza, onde cursou Filosofia e Teologia. Depois ingressou por concurso público no INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Além de filósofo é também formado em direito. Nonato Pinheiro reside em Brasília, agora dedicando-se às suas leituras preferidas




Homenagem ao prof. PEDRO JORGE

Nos 45 anos do conjunto Prefeito José Walter, nossa homenagem ao professor PEDRO JORGE, um batalhador da comunidade. Ao lado de Luciano Pinheiro, Sr. Vitor, Jessé e muitos outros empreendeu verdadeiras lutas pelo José Walter nas décadas de 1970 e 1980. Foi diretor da escola Prof. Onélio Porto, presidente da ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DO IPAUMIRIM, diretor do CIES  ZÉLIA CORREIA do antigo Pantanal, hoje Planalto Airton Sena.
Reconhecendo o seu trabalho o seu trabalho na luta para conseguir uma escola para o bairro Ipaumirim, que resultou na escola JOACIR PEREIRA, a comunidade colocou o nome da rua lateral à escola de rua PROF. PEDRO JORGE.
Foi candidato à vereador três vezes e hoje dirige o Instituto PEDRO E RAQUEL ALVES  e o jornal O ZÉ. Por sua luta pela comunidade e pale educação no bairro José Walter, a nossa homenagem a este capistranense ilustre, PROF.PEDRO JORGE PINHEIRO ALVES.

SEBASTIÃO CHICUTE neto da tia Neza - Pedro Jorge Pinheiro Alves

Sebastião Chicute
“Neto da tia Nenza”

 
Valei-me Deus nas alturas!
Meu Pe. Cícero Romão
Dai-me a luz de tua glória
E muita inspiração
Pra versar em poucas linhas
O mestre Sebastião

Descrevestes tudo em versos
Porque prestava atenção
Quem sou eu pra imitar
O mestre do meu sertão
Que se desmanchava em poesias
Em qualquer ocasião.

Proclamastes a liberdade
Pra versar o que queria
Cantou boi e emboladas
Pra animar a freguesia,
Contava com o apoio
Da companheira Luzia.

Construiu uma família
Fez questão de escrever
Deixando tudo em versos
Pra filhos e netos saber
“Já fiz o dever de casa”
Gostava de assim dizer.



Cada verso uma historia
Pedia inspiração
Agradecia a Deus
Era sua formação
Tinha temor do divino
Deus lhe dava inspiração.

Dos cordéis que ele fazia
Vem Pe. Cícero Romão
Lembrou do Pe.  Bernardo
Também o Frei Damião
O que ele mais queria
Era dar informação.

Nasceu lá na Aratuba,
Criou-se no Camarão
Tinha amigos na Vazante
E também lá no Pai-João
Na festa de São Vicente
Cantava na procissão.

Você deixou saudades
Aperto no coração,
Na verdade és único,
Na cultura do sertão
Teu legado está escrito,
Encerrou tua missão.


   
Homenagem do primo em 2º grau
Fortaleza, 01 de Fevereiro de 2015.
12hs da noite

 
   Professor Pedro Jorge P. Alves



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

CONVITE MISSA 7º DIA - MESTRE SEBASTIÃO ALVES LOURENÇO – SEBASTIÃO CHICUTE


A família do mestre da cultura Sebastião Chicute, representada por d. Luzia Alves Prudêncio, sua esposa, comunica os horários e locais das missas de 7º dia, em Fortaleza e Capistrano.:
Sábado dia 7 às 17 horas (cinco da tarde) na Igreja de N. S. Auxiliadora, na av. João Pessoa, vizinho ao Colégio Juvenal de Carvalho - missa comunitária.
Domingo dia 8 às 19 horas ( sete da noite) na Igreja Matriz de N. S. de Nazaré, em Capistrano.

Na oportunidade convida a todos os familiares e amigos para este ato de fé e religiosidade cristãs.

CORDEL: A CHEGADA DO SEBASTIÃO CHICUTE NO CÉU - Francisco Artur Pinheiro Alves



Ontem á noite eu sonhei
Que o Mestre Bastião
Tinha chegado no céu
Com muita satisfação
E foi recebido por santos
De sua grande devoção

Falo daqueles santos
Que Bastião escreveu
Cordéis e mais cordéis
E muitos deles vendeu
Na sua lida contínua
Que na vida empreendeu

Os santos então fizeram
Questão de lhe receber
O primeiro foi São Pedro
Que veio agradecer
O cordel sobre os  Simãos
Que ele gostou de ler

São João também esteve
Em sua recepção
Agradecendo  o cordel
De sua vida, então
Que ele viu lá na Carqueija
Na capela de São João

Também esteve presente
A nobre Santa Luzia
Que gostou de seu cordel
E de vez enquanto o  lia
Saudando o Sebastião
Perguntou por sua Luzia

Santo Antonio também veio
A ele agradecer
Pelo seu lindo cordel
Que leu com muito prazer
Este verso em sua festa
Lá no Santo Antonio se ler

Um lindo manto de luz
De repente apareceu
Era Nossa Senhora
Que lá do trono seu
Disse pro Sebastião
Gostei do cordel meu


São Francisco também
Fez questão de anunciar
Que estava presente
Para também prestigiar
Pois gostou de seu cordel
E que ia lhe ajudar

São João Bosco chegou
Com muita devoção
Agradeceu o seu verso
Mais novo do panteão
Disse que os salesianos
Iam comprar um montão

Outras pessoas tiveram
Também na recepção
Eu via Luiz Gonzaga
O nosso rei do Baião
Padre Bernardo chegou
E abraçou o Sebastião

A fila era muito grande
De gente pra receber
O mestre Sebastião Chicute
É verdade,  pode crer
Por isso eu decidi
Este verso escrever

Sei que o Sebastião
Com Jesus e Deus está
A saudade é muito grande
Mas devemos suportar
E agradecer a Deus
Por, no mundo ,ele botar

A cultura agradece
Ao grande Sebastião
Por seus versos e seu boi
Pela sua devoção
À cultura popular
Da cidade e do sertão

O Sebastião morreu
Mas sua obra ficou
Vamos continuar o reisado
Como ele ensinou
Vamos ler seus os cordéis
Ele nos recomendou

Adeus mestre Sebastião
Deus contigo vai está
E está também conosco
Devemos acreditar
Viva o mestre  Bastião
E a cultura do Ceará.
























domingo, 1 de fevereiro de 2015

A CONTRIBUIÇÃO DO MESTRE SEBASTIÃO ALVES LOURENÇO - SEBASTIÃO CHICUTE – PARA A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL IMATERIAL

Publicamos um trecho de nosso artigo em homenagem ao mestre Sebastião Chicute, falecido neste dia 01 de fevereiro de 2015


1   O Mestre Sebastião Chicute:

Sebastião Alves Lourenço é filho do agricultor Francisco Lourenço Sobrinho (Chicute)  e Maria Alves dos Santos. Nasceu em Aratuba-Ce em  de abril de 193__. Aprendeu a ler com ajuda de amigos e  sem frequentar a escola. Além de agricultor, foi  comerciante, vereador em Capistrano na década de 1980. Na sua bagagem cultural, acumula as experiencias de coquista, mestre de reisado e cordelista.

1.2  A Alfabetização na Carta de ABC     

       O Mestre Sebastião Chicute descreve o seu grande desafio de aprender a lersem frequentar a escola, a experiência é tão forte que reproduzimos um trecho de seu depoimento sobre o assunto. Diz ele: “ Naquele tempo filho de trabalhador não ia pra escola. tinha que ajudar o pai na lida do roçado. Eu morava na serra, no município de Aratuba. Ajudei meu pai desde criança, trabalhando com no roçado. (...) Então ninguém se importava com escola, só os filhos dos patrões, mesmo assim uns queriam outros não queriam. Quando eu vinha do roçado com meu pai, passava na casa do nosso patrão e eu via os filhos dele estudando, lendo. Eu tinha vontade de aprender a ler. Aí um dia, tinha um passando as férias lá  e me perguntou:  Bastião tu quer aprender a ler? Eu disse , quero. Ele disse: Pois compre uma carta de ABC que eu te ensino. Aí eu comprei a carta de ABC e ele começou a me ensinar . Mas aí ele voltou de férias e eu fiquei lendo na cartilha, soletrando as palavras(...). Nas outras férias ele veio de novo e perguntou: como é que está Bastião? E eu disse, tou indo, to aprendendo. (…) Nesse tempo as pessoas gostavam de ler romance, era assim que se chamava os versos de cordel.(...) Então quando aparecia um romance, uma pessoa que sabia ler lia pros outros. Aí  o pessoal começou a me pedir pra ler.(…) Foi indo foi indo e foi nesse negócio de ler verso que eu aprendi a ler o pouco que sei, ...
O escritor Gilmar de Carvalho, em Mestres da Cultura Tradicional Popular do Ceará, ao abordar sobre o mestre Sebastião Chicute, também relata como se deu  o processo do mestre em estudo, da seguinte forma:” Sebastiao nunca aceitou um destino previamente traçado por um Deus pouco generoso. “Comprou uma carta de ABC” e o filho do patrão, chamado Edílson começou a lhe dar as lições nos fins de semana, nas férias.”(Carvalho 2006: 198,199).
Percebe-se que a leitura de livretos de cordel contribuiu para o mestre aprender a ler, mesmo sem frequentar a escola. O exemplo de alfabetização do Mestre Sebastião Chicute, pode ser levado a muitos jovens e adultos que não tiveram oportunidade de alfabetizar-se na  infância ou na juventude.
      
1.3 O Cordel na Vida de Sebastião Chicute.

       Há no mestre a dimensão poética que se manifesta tento nos glosas emitidas na folia de reis, quando dança ao lado do boi, quanto na literatura de cordel. Em entrevista  a Gilmar de Carvalho, declarou: “Lá vou eu escrever um verso, passo uma noite, passo duas noites, depende do tempo e do dom”. Portanto o Mestre Sebastião Chicute é um poeta popular. Ele mesmo tem afirmado em diversas ocasiões, em diversas circunstâncias, falando de si mesmo: “ um poeta faz assim” ou ao  fazer ou recitar uma glosa, repetir: “é o poeta, é a poesia”, referindo-se á forma de ver as coisas com o olhar de poeta. E o que vem a ser esta figura romântica chamado poeta.  Buscou-se  o conceito de um grande poeta popular cearense, Alberto Porfírio. Para ele  ” poeta é aquele que tudo ama e justifica das coisas a razão de ser considerando tudo natural, divino e necessário. E complementa: ” É ainda o poeta que, desprovido de ambição, despreza a fortuna, e ama o simples, fazendo questão de ser um deles, merecendo, por isso, um protetor, um mecenas que lhe compreenda o valor e o ampare na vida.”(Porfírio, 1978, p31)
Além de cordelista Mestre Sebastião é também mestre de reisado, as duas atividades culturais desenvolvidas, lhe proporcionaram, em 2006, o título de Mestre da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará.

1.4 Sebastião Chicute: Mestre da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará

A lei estadual nº13.351 de 22 de agosto de 2003, instituiu o registro dos mestres da
cultura tradicional popular no âmbito de estado do Ceará.  A data de sua publicação, foi cuidadosamente pensada, no dia do folclore. Por outro lado deve-se ressaltar que a referida  lei é uma das decorrências do decreto federal 3.551 de 04 de agosto de 2000, promulgado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso sendo ministro da Cultura, Francisco Welffort. Este decreto oficializou a inclusão do Patrimônio Imaterial na relação do Patrimônio Cultural Brasileiro. O resultado imediato do decreto foi o desencadeamento de  uma série de ações de valorização do Patrimônio Imaterial no Brasil, sobretudo no primeiro Governo do Presidente Lula, quando esteve à frente da pasta da Cultura, o cantor Gilberto Gil. (Abreu, 2007, p353) O referido decreto também interagia com a educação patrimonial na medida em que muito de suas metas estavam em sintonia com outra legislação no âmbito do Ministério da Educação que eram os PCS – Parâmetro Curriculares Nacionais, que inclui no currículo escolar, no capítulo dos temas transversais, a pluralidade cultural e a valorização do conhecimento do patrimônio étnico brasileiro, na forma da constituição de 1988 (Abreu, 2007, p363)
Por outro lado, o  Estado do Ceará, ao aprovar esta lei, concretizava, em parte uma política de valorização e reconhecimento do patrimônio imaterial intangível reiterado pela 32ª Conferência Geral da UNESCO em 2003. Segundo Nogueira, 2008, “essa reorientação nos critérios de preservação da UNESCO, levou a França a instituir o sistema “tesouros humanos vivos, exemplo que o Ceará vem seguindo parcialmente”
Para o governador do Estado à época, Lúcio Alcântara,  os mestres da cultura  são homens e mulheres que perpetuam artes ancestrais, renovam a memória coletiva com criações contemporâneas e usam variadas linguagens para compor o mosaico da identidade cultural. (Carvalho, 2006: 9). Oswald Barroso em Encontro dos Mestres do Mundo, uma publicação da SECULT, classifica  Mestre como sendo  “um portador ativo de uma tradição”. Aquele que “guarda em seu corpo a memória de um saber coletivo”. Estes saberes de que é portador são “renovados constantemente por outros Mestres e por ele mesmo como ele.” Por tudo isso, o Mestre se inclui dentro do conceito daquilo que ficou estabelecido pela UNESCO como Patrimônio Imaterial. Oswald Barroso em seu ensaio, afirma: “Por isso não apenas seu saber deve ser tratado como patrimônio imaterial de uma cultura, mas também o próprio mestre, a integridade de sua pessoa, deve ser vista como tesouro cultural, patrimônio vivo de seu povo”, conclui Barroso. (SECULT, Encontro dos Mestres, 2008: 51).
                       
2.  A Poesia de Cordel do Mestre Sebastião Chicute
      
       A Literatura de Cordel, enquanto manifestação de caráter popular e imaterial, constitui-se como patrimônio imaterial. O cordelista quando publica seus trabalhos está contribuindo com a difusão de uma literatura de cunho oral, embora escrita, resultado de um manancial que se estende há décadas e séculos, no nordeste brasileiro, como mostram os autores antes e agora citados, como é o caso de Ariano Suassuna,  que afirma: “...a meu ver, a grande importância da literatura popular, para o Brasil, está no fato de que ela constitui uma espécie de “tradição viva”( ...) Tal importância está, aliás, a meu ver, em toda a nossa riquíssima Literatura popular,(...) (Suassuna 2007 p. 251,252.)

De outra parte, analisando o mérito da obra do mestre Sebastião Chicute, percebe-se que ele vai além, trazendo temas que contemplam a educação informal e até mesmo a educação escolar, como os relacionados à história regional, à religiosidade, à preservação da natureza, os chamados “causos”, à política, dentre outros.