O motivo deste artigo não
é trazer fatos novos sobre o famoso historiador cearense Capistrano de Abreu,
mas sim, relembrar alguns fatos da vida de tão ilustre pessoa. Isso se
justifica por dois argumentos: o primeiro, porque se trata de alguém que cuja
pesquisa foi fundamental para se conhecer a vida dos sertanejos e os padrões de
sua época, o segundo, pela importância que foi cidadão brasileiro e ainda é,
tido por muitos como fonte de uma erudição vista em poucos.
Capistrano, no ano de
1907, era considerado o mais importante historiador brasileiro por fazer parte,
como colaborador de Varnhagen, da publicação da Historia do Brasil. Ao participar de um concurso sobre teses que
abrangiam a formação história do Brasil, aberto pelo Imperador D. Pedro II,
Capistrano mostrou-se de uma inteligência nunca antes vista no Rio de Janeiro,
pois, ao apresentar sua tese a mesma já ganhara repercussão através da Folha Nova, que veiculava a seguinte
afirmação: “Naquele jovem historiador vê-se a musculatura do historiador
valente de que sentimos necessidades”[1].
O motivo de tal engrandecimento à Capistrano, é porque nele se desenvolveu uma
novidade ao apresentar no seu estudo crítico uma visão diferenciada sobre o
sertão, o que posteriormente constituirá, uma das suas maiores contribuições
para a história do Brasil[2].
Qualquer
atitude de recontar os fatos da vida deste grande historiador é pequena. A história
de grandes homens não se mede somente pelos fatos que ocorreram em sua vida,
mas também, na atualização e no reconhecimento de sua contribuição para os
povos de outras épocas. Com Capistrano, a história do sertão deixou de ser um
simples causo no afã de uma larga historiografia, para tornar-se uma
perspectiva da qual pode ser lida toda a história do brasileira.
[1]
Folha Nova, 16 de agosto de 1883,
reproduzido na Gazeta de 20 de agosto
de 1883.
[2]
CAPISTRANO, de Abreu João. Capítulos de história colonial: 1500-1800 & Os
caminhos antigos e o povoamento do Brasil. Brasília: Editora Universidade de
Brasília, 1992.
* Aluno do Curso de História da UECE, disciplina Laboratório de Teorias da História, prof. Dr. FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES.
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