Resumo
Na sociedade
contemporânea, a leitura é aptidão linguística primordial, surge como
diferencial. Uma compreensão da linguagem como as Literaturas de Cordel, se
torna instrumento de interação social, o que tem influído diretamente na
prática cognitiva, social, cultural e política, isto é, uma leitura atrelada à realidade
do individuo que perpetua a sua visão de um todo. Pois toda ficção parte de uma
base real vivenciada. No cordel São Francisco, de autoria do mestre da cultura Sebastião Chicute, podemos notar sua interação com
uma base real, embora apresente contexto bem subjetivo do próprio autor em
relação ao sujeito de sua historia.
Palavras-chave:
Cordel, São Francisco de Assis, Sebastião Alves Lourenço.
1. Introdução
Partindo da perspectiva
que a linguagem é uma base de interação social, a leitura se torna uma ação do
sujeito. Essas ações sendo de forma social, política, econômica, cultural e
cognitiva. Tomando por esse baseamento, o Cordel, este ligado diretamente a base
cultural.
Abrangendo a cultural
no aspecto material do objeto e a base imaterial, sendo a literatura ou as
ideias. Mesmo se o Cordel tenha exageros de modo figurativo, não podemos
desvincular, pois esta literatura popular estabelece uma relação com a cultura
e com a sociedade.
A cultura pode ser
definida como tudo aquilo que é produzido pelo homem, à ação do homem no tempo
e espaço. O Cordel pode ser trabalhado num caráter sociocultural, como
representação social.
A Literatura de Cordel
incide numa poesia narrativa, caráter popular, de procedências e cultura
nordestinas. Retrata a ficção e a realidade dessa região, e atualmente se
expandiu para realidades diversas, voltada para o contexto social vivenciado
pelo homem no mundo. É retratado com simbologia nordestina. Essas narrativas
literárias eram realizadas apenas oralmente, alguns anos, ela passou a ser
idealizada de forma escrita ou impressa em folhetos, por meio de versos
rimados.
O Cordel de São
Francisco esta estruturado em quatro partes especifica, e esta abordando um
único tema: São Francisco de Assis.
Primeira parte do cordel retrata os versos ritmados da vida de São
Francisco e sua trajetória religiosa. O autor Sebastião Alves, estrutura seu
poema narrativo em 24 versos ritmados da vida de São Francisco de Assis da
matriz de Canindé. Coloca assim a religiosidade da cidade de Canindé. Podemos
perceber nas rimas do cordel sua contextualização.
“Mil cento e oitenta e um
Na cidade de Assis
Nasceu Francisco das Chagas
Assim a história diz
Veio aqui no ceará
Fazer Canindé feliz”
Percebemos que Canindé
passa ser a cidade da ida de São Francisco, que depois de sua morte, veio para
essa cidade empobrecida pela seca fazer seus milagres. E graças a São Francisco
de Assis a felicidade se encontrou na região. A cidade de Canindé é uma cidade
que nos últimos tempos se tornou uma cidade de turismo religioso, aonde as
pessoas devotas ao santo vão prestam devidas homenagens e também agradecer por
algum milagre em sua vida, porem essa migração se torne algo de lucro para os
comerciantes locais e para o aumento da produtividade da região.
Nos primeiros versos do
cordel de São Francisco, ele vai abordado e fazendo a contextualizando, para
que as pessoas que o ler possa ter um resumo biográfico do Santo, sua origem de
comerciante, a guerra que o Santo participou, essa seria as Cruzadas, o começo
da vida religiosa de São Francisco. No quarto ao nono, Sebastião Alves aborda
um enredo da passagem da vida de comerciantes que São Francisco tinha para uma
vida de entrega a Deus.
Nos versos seguintes
faz referencia a pobreza que o Santo passou a optar para sua vida devota aos
pobres e a Igreja. Nos décimo terceiro verso, aborda a ordem que São Francisco
fundou, sua viagem pelo mundo mulçumano pregando a pobreza e a caridade. Do décimo
oitavo ao vigésimo terceiro narra o fim de São Francisco, como homem santo,
mártir. Que viveu seu chamado pelo sofrimento e pela oferta de sua vida com
caridade e devoção aos mais humildes. Homem que cumpriu seu ideal e sua missão na
terra.
A segunda parte do Cordel de São Francisco
tem como tema Milagre alcançado em 1952, dividido em três versos curtos. Nesses
versos o autor menciona uma situação de perigo e na segunda rima fazer
referência ao ocorrido milagroso, no ultimo verso esclarece que a historia de
são Francisco é mediante a fé e que não é algo que se possa ser explicado
somente pela razão, o racional.
“Obrigação do poeta
É lhe dizer como é
A história de São Francisco
Toda é mediante a fé
Se Quiser acreditar
Não deixe de visitar
São Francisco de Canindé”
Ultima
parte do cordel esta divido no Cântico em honra de São Francisco e no verso da
capa esta a oração de São Francisco. O Cântico se torna mais uma ladainha em
homenagem a esse Santo de cunho de devoção. Fazendo uma representação da vida
de Cristo e a vida de São Francisco, que compara a vida dos dois, pelo qual São
Francisco se espelhou em Cristo por toda sua vida.
Nesse
cordel percebemos a cultura nordestina, que traz em sua narrativa o apelo à
vida religiosa, aos milagres, a devoção, ao carinho, que não faz distinção de
nação, mas que a religião, a fé a próxima, que faz um santo da Cidade de Assis
e o coloca próximo, numa Cidade do interior do nordeste, Canindé.
Compreendemos
a subjetividade dos versos, em colocar para o leito, que é uma situação de fé em
acreditar, do apelo religioso para cidade de Canindé, em visitar esse lugar. Do
contexto histórico de São Francisco, filho de comerciantes, de classe rica, que
participou das convocações para as cruzadas, do seu chamado a vida religiosa,
de sua ida a damasco, da sua visita à igreja, da sua fundação religiosa, do seu
trabalho de caridade para com os pobres, das dores e de sua morte.
Esse
cordel no só representar a vida de São Francisco, mas todos aqueles que por
algum motivo o aprecia como homem ou como santo. Simboliza a religiosidade da
cidade de Canindé, do apelo turístico. Simboliza a devoção aos milagres e as
orações, os sujeitos miseráveis, que são marginalizados pelo Estado, que
sofreram descasos, que só tem sua fé para confortá-los, como algo que os
livra-se de toda dor, dos descasos do Estado, mas também que os livras de
coisas simples da vida.
Graduando do curso de História- Universidade Estadual do Ceará (UECE), disciplina AÇÃO EDUCATIVA PATRIMONIAL. Prof. Dr. FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES.
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