quarta-feira, 29 de maio de 2013

Capistrano de Abreu, o homem que soube achar o seu caminho. Por Eveline Magalhães dos Santos*



Nascido em 1853, nas terras de Maranguape, na então província do Ceará, esse homem soube achar o seu caminho. Através de muito estudo e uma quantidade visivelmente elevada de erudição e dedicação pela História (principalmente pela história do Brasil) soube se fazer no mundo da Historiografia Brasileira e ser contemplado até os dias de hoje como um dos maiores historiadores brasileiros de todos os tempos.
Mesmo sem diploma de universitário, Capistrano de Abreu, como os demais jovens letrados de sua época, resolve ir até à corte, através do lema, que ele mesmo chegou a dizer- “vir, ver e vencer”- assim ele chega ao Rio de Janeiro, em 1875, e aos poucos conquista o seu espaço. Em 1883 surge a oportunidade de participar de um concurso de História e Corografia[1] do Brasil no Imperial Colégio Pedro II. A partir daí ele prepara uma de suas maiores obras primas, a tese Descobrimento do Brasil e seu Desenvolvimento no século XVI.
Podemos perceber a importância da sociologia para Capistrano através de sua frequente leitura dos trabalhos de sociólogos como Taine, Comte, Buckle e Spencer e de seus comentários sobre o trabalho de Varnhagen.
Depois de muitos anos de estudo, pesquisa e da publicação de excelentes trabalhos na área de História do Brasil, Capistrano sofre um triste golpe da vida, a morte de sua esposa em 1º de Janeiro de 1892, representa a primeira crise na vida do historiador. Algum tempo mais tarde ele sofre mais uma vez, com a morte do filho Fernando, apelidado de Abril, e a entrada de sua filha Honorina para o convento. Um destino que, com certeza, Capistrano não esperava para sua filha.
Tais acontecimentos o deixam profundamente abalado por muito tempo, mas em 1900, depois de toda a tempestade emocional por que passou e que atingiu consideravelmente sua criação, ele começa a organizar uma coleção de documentos sobre a história do Brasil.
Ao observar a história de Capistrano, logo percebemos que ele, de fato, não foi um historiador comum. Sua erudição e seu domínio da história, aos 27 anos de idade já impressionava muitos intelectuais da época. Percebemos que tal erudição não foi adquirida por acaso, mas por muito esforço, estudo e dedicação pela História. Sendo assim, acredito que foi por causa disso que ele até hoje é considerado um dos melhores historiadores brasileiros, pois contribuiu de forma apaixonante para a nossa história. Ele soube achar seu caminho, pois sabia o que queria, e tinha amor pelo o que fazia. Mas que um excelente historiador, Capistrano foi um exemplo de dedicação à História, podemos dizer que ele “veio, viu e venceu”.

BIBLIOGRAFIA:
·        ABREU, Capistrano. Capítulos de História colonial: 1500-1800 e Os Caminhos antigos e o povoamento do Brasil. Brasilia, Editora Universidade de Brasilia, 1982.
·        ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. Ronda Noturna- narrativa, crítica e verdade em Capistrano de Abreu. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº1, 1988,p. 28-54.
·        CONTIJO, Rebeca. Capistrano de Abreu, viajante. Revista Brasileira de História, vol.30, nº59, São Paulo.



[1] “estudo geográfico particular de uma região ou de um país” ou “compêndio que trata do estudo geográfico de uma região ou de um país”- Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2008.

* Aluna da discIplina AÇÃO EDUCATIVA PATRIMONIAL - Prof. Dr. francisco Artur Pinheiro Alves - Curso de História da UECE.

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