quarta-feira, 29 de maio de 2013

Capistrano de Abreu: Pássaro Liberto. Por Elinardo José barros de Azevedo. Aluno do curso de História da UECE *

Capistrano de Abreu:  Pássaro Liberto

No final do século XIX, os jovens letrados do interior do país viviam com seus talentos podados na província ou tentavam alçar voos mais elevados na então Capital do país, a cidade do Rio de Janeiro que concentrava toda a nata da intelectualidade, cultura e conhecimentos gerais de nosso país.  Mas pousar na Capital nacional não seria a garantia de vida fácil ou triunfo garantido, muito pelo contrário, a maioria dos jovens letrados que ali chegavam desaparecia no anonimato da Corte, que já estava inchada dos chamados "homens de letras".  É por isso que o próprio Capistrano chegou a dizer que o lema de todo provinciano ingênuo e novato que se aventurava na Corte seria: "Vir, Ver e Vencer".
Ele Veio ao Rio no dia 25 de abril de 1875, aos 22 anos, vindo do interior da província do Ceará, onde nascera a 23 de outubro de 1853. Chegou precavido e sabendo que ao invés de estar adentrando em um ambiente acolhedor, estaria na verdade em uma verdadeira arena de disputas onde só os mais fortes e sublimes Venceriam.
 Pouco antes de deixar sua terra natal, tivera breve contato com um famoso conterrâneo: o escritor José de Alencar, que sobre ele escreveu, em carta ao amigo Joaquim Serra sobre o talento e as qualificações do jovem Capistrano que muito iriam contribuir para o enriquecimento da cultura fluminense.
Alencar foi uma espécie de padrinho de Capistrano ao apoiar sua vinda para o Rio. Conheceram-se em 1874, quando o eminente escritor visitava sua terra natal. Graças a Alencar, Capistrano obteve a importante recomendação de Joaquim Serra ao poderoso Machado de Assis. E foi Provavelmente, essa recomendação que ajudou Capistrano a conseguir seu primeiro emprego no Rio, na prestigiosa Livraria Garnier, que, na época, foi chamada de "Sublime Porta", pois através dela era possível ascender ao sucesso no mundo das letras. Com humor, dizia-se que parar diante de sua porta era o mesmo que "posar para a posteridade". Outro observador notou que aquela livraria não era "um simples estabelecimento comercial, mas um clube, uma academia, uma corte de mecenato".  Seu trabalho era escrever notas publicitárias sobre os livros lançados pela Editora Garnier. No mesmo ano de 1875 estreou na imprensa carioca, publicando conferências que pronunciara no Ceará, no ano anterior. Capistrano, que fizera as primeiras letras na terra natal, não concluíra os estudos preparatórios para a Faculdade de Direito do Recife na década de 1870. Era um autodidata com alguma experiência como escritor, adquirida nos jornais de Fortaleza e nas conferências literárias da "Academia Francesa" do Ceará. A imprensa era, então, um polo atrativo para intelectuais de todos os cantos do país, e Capistrano não foi uma exceção. Ao lado da diplomacia e do ensino, o jornalismo completava o quadro das atividades intelectuais proeminentes.
 Por essa época também atuou como professor de francês e português no importante Colégio Aquino. Talvez tenha começado a ficar conhecido no meio intelectual a partir de uma polêmica travada com um dos mais importantes críticos literários de então, o sergipano Sílvio Romero. Em 1876, o jovem Abreu (como então gostava de ser chamado), de 24 anos, publicou artigos criticando um texto de Romero, intitulado O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, de acordo com o qual o brasileiro seria distinto do português, não por causa da natureza ou da mistura com os indígenas, mas pela presença dos negros.  Utilizando a estratégia de citar autores estrangeiros como argumento de autoridade e de reproduzir as contradições do texto analisado, Capistrano se opôs à tese apresentada, afirmando a importância do meio na formação da nacionalidade brasileira e ressaltando o papel do elemento indígena.
O escritor participara da cúpula da vida política do Império, chegando a ocupar o cargo de ministro de Estado, no entanto, foi lançado ao ostracismo por D. Pedro II, após ter criticado o livro A Confederação dos Tamoios (1856), de Gonçalves de Magalhães - escritor que fazia parte do seleto grupo de protegidos do imperador -, a política do governo e as qualidades intelectuais do monarca.
Ressaltando o fato de Alencar ser seu conterrâneo, Capistrano o apresentou como "o primeiro e principal homem de letras brasileiro", "o fundador da literatura brasileira", chamando a atenção para um aspecto de sua obra: o interesse pelo povo, por suas tradições, usos e costumes. Afirmou que seu nome deveria figurar no panteão da história, ao lado de grandes autores estrangeiros, e destacou seu empenho em "criar para si a imortalidade no curto prazo de vinte anos", através de obras que as gerações futuras deveriam ler como ensinamentos.
Em 1879, passou a integrar o corpo de redatores da Gazeta de Notícias, especializando-se na crítica literária, e prestou concurso para a Biblioteca Pública da Corte, conquistando o primeiro lugar. Ao lado do Arquivo Público e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), a Biblioteca era guardiã de um precioso acervo documental e reunia profissionais conceituados por seus estudos históricos, que Capistrano saberá explorar como ninguém trazendo a tona as mais ricas e reveladoras reflexões e descobertas sobre a história do Brasil.
Mesmo tendo encontrado um lugar de destaque na Biblioteca, Capistrano optou por alçar um novo voo: prestou concurso para o Imperial Colégio de Pedro II, em 1883. A cadeira disputada era a de maior prestígio: Corografia e História do Brasil. Defendeu a tese O descobrimento do Brasil e foi aprovado por 17 votos contra 5. No mesmo ano começou a lecionar. Com a extinção da cadeira de Corografia e História do Brasil em 1899, Capistrano foi posto em disponibilidade, alegando incapacidade para ministrar aulas de História Geral, por ser especialista em História do Brasil. Antes de morrer, já era considerado um grande erudito, espécie de "enciclopédia" viva da história pátria.
Capistrano destacava-se pela "segurança da investigação, abundância da informação, profundidade do saber e inteligência do assunto", qualidades que o distinguiriam de seus antecessores e contemporâneos. Seu livro Capítulos de história colonial é considerado por Veríssimo como "a síntese mais completa, mais engenhosa, mais perfeita e mais exata que poderíamos desejar da nossa evolução histórica". Síntese de aproximadamente trinta anos de estudos históricos sobre o Brasil. O autor também chama a atenção para o conhecimento da historiografia alemã por parte de Capistrano, valorizando sua utilização de métodos seguros de investigação histórica. Também aponta a presença de uma direção filosófica em sua produção, capaz de livrá-lo de ser "um simples erudito". Seu grande mérito teria sido a capacidade crítica, empregada na análise de documentos e na crítica dos estudos anteriores.
Após a sua morte no fim de década de 1920 muitos eram os comentários sobe o legado e a pessoa de Capistrano dentre muitos destaquei este: "Esse historiador 'sertanejo' seria uma espécie de mediador entre os mundos da civilização e da barbárie, por possuir aquilo que então se esperava de um historiador: erudição, cultura geral, informações originais, "habilidade de investigação minuciosa, aliada ao método de comparação, dedução e exposição" e, talvez o principal, o "sentimento da terra e da gente" brasileiras.
Coelho Neto, por exemplo, apresentou-o como "um estranho no meio e no tempo" por seu temperamento arredio, interpretado como uma "sobrevivência do 'bárbaro', latente no supercivilizado". Em sua opinião, Capistrano era um "selvagem, que o estudo tornou um dos expoentes máximos da nossa cultura", de modo que "o livro o purificou da barbárie fazendo-lhe o nome atingir a glória".
Como observou Assis Chateaubriand, o grande mérito de Capistrano teria sido compreender a brasilidade - propriedade distintiva do Brasil e do brasileiro - traduzindo-a por meio de seus estudos sobre as línguas e os costumes indígenas e, também, sobre a história colonial.
O próprio Capistrano definiu-se, certa vez, como um velho vaqueano, cujos conhecimentos práticos permitiam trilhar caminhos antigos, pouco ou nada explorados, no terreno da historiografia e da linguística indígena.
Para nós que somos cearenses ele é um orgulho, para os brasileiros ele foi um grande colaborador da escrita da História Nacional, para o imaginário de nosso país ele é um pássaro que conseguiu romper os grilhões que a vida lhe impôs, e conseguiu Vir, Ver e Vencer alçando voo sob as asas etéreas do conhecimento histórico e linguístico.


 Notas Bibliográficas
·         VAINFAS, Ronaldo. Capistrano de Abreu - Capítulos de história colonial. In: MOTA, Lourenço Dantas (Org.). Introdução ao Brasil: um banquete nos trópicos. 2.ed. São Paulo: Senac, 1999, p.187. Ver, também, ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial, 1500-1800. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988, p.256.
·         ABREU, Capistrano de. O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, in 1976, 4ª série, p.3-24, originalmente publicados em O Globo, Rio de Janeiro, 21 jan. 1876 e 8 mar. 1876, respectivamente; e História pátria, in 1976, 4ª série, p.3-24, originalmente publicados na Gazeta de Notícias, 9, 10 e 13 mar. 1880.
·         Rev. Bras. Hist. vol.30 no.59 São Paulo June 2010
·         ABREU, O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, 1976, p.3-24;
escrito � r i � � cúpula da vida política do Império, chegando a ocupar o cargo de ministro de Estado, no entanto, foi lançado ao ostracismo por D. Pedro II, após ter criticado o livro A Confederação dos Tamoios (1856), de Gonçalves de Magalhães - escritor que fazia parte do seleto grupo de protegidos do imperador -, a política do governo e as qualidades intelectuais do monarca.
Ressaltando o fato de Alencar ser seu conterrâneo, Capistrano o apresentou como "o primeiro e principal homem de letras brasileiro", "o fundador da literatura brasileira", chamando a atenção para um aspecto de sua obra: o interesse pelo povo, por suas tradições, usos e costumes. Afirmou que seu nome deveria figurar no panteão da história, ao lado de grandes autores estrangeiros, e destacou seu empenho em "criar para si a imortalidade no curto prazo de vinte anos", através de obras que as gerações futuras deveriam ler como ensinamentos.
Em 1879, passou a integrar o corpo de redatores da Gazeta de Notícias, especializando-se na crítica literária, e prestou concurso para a Biblioteca Pública da Corte, conquistando o primeiro lugar. Ao lado do Arquivo Público e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), a Biblioteca era guardiã de um precioso acervo documental e reunia profissionais conceituados por seus estudos históricos, que Capistrano saberá explorar como ninguém trazendo a tona as mais ricas e reveladoras reflexões e descobertas sobre a história do Brasil.
Mesmo tendo encontrado um lugar de destaque na Biblioteca, Capistrano optou por alçar um novo voo: prestou concurso para o Imperial Colégio de Pedro II, em 1883. A cadeira disputada era a de maior prestígio: Corografia e História do Brasil. Defendeu a tese O descobrimento do Brasil e foi aprovado por 17 votos contra 5. No mesmo ano começou a lecionar. Com a extinção da cadeira de Corografia e História do Brasil em 1899, Capistrano foi posto em disponibilidade, alegando incapacidade para ministrar aulas de História Geral, por ser especialista em História do Brasil. Antes de morrer, já era considerado um grande erudito, espécie de "enciclopédia" viva da história pátria.
Capistrano destacava-se pela "segurança da investigação, abundância da informação, profundidade do saber e inteligência do assunto", qualidades que o distinguiriam de seus antecessores e contemporâneos. Seu livro Capítulos de história colonial é considerado por Veríssimo como "a síntese mais completa, mais engenhosa, mais perfeita e mais exata que poderíamos desejar da nossa evolução histórica". Síntese de aproximadamente trinta anos de estudos históricos sobre o Brasil. O autor também chama a atenção para o conhecimento da historiografia alemã por parte de Capistrano, valorizando sua utilização de métodos seguros de investigação histórica. Também aponta a presença de uma direção filosófica em sua produção, capaz de livrá-lo de ser "um simples erudito". Seu grande mérito teria sido a capacidade crítica, empregada na análise de documentos e na crítica dos estudos anteriores.
Após a sua morte no fim de década de 1920 muitos eram os comentários sobe o legado e a pessoa de Capistrano dentre muitos destaquei este: "Esse historiador 'sertanejo' seria uma espécie de mediador entre os mundos da civilização e da barbárie, por possuir aquilo que então se esperava de um historiador: erudição, cultura geral, informações originais, "habilidade de investigação minuciosa, aliada ao método de comparação, dedução e exposição" e, talvez o principal, o "sentimento da terra e da gente" brasileiras.
Coelho Neto, por exemplo, apresentou-o como "um estranho no meio e no tempo" por seu temperamento arredio, interpretado como uma "sobrevivência do 'bárbaro', latente no supercivilizado". Em sua opinião, Capistrano era um "selvagem, que o estudo tornou um dos expoentes máximos da nossa cultura", de modo que "o livro o purificou da barbárie fazendo-lhe o nome atingir a glória".
Como observou Assis Chateaubriand, o grande mérito de Capistrano teria sido compreender a brasilidade - propriedade distintiva do Brasil e do brasileiro - traduzindo-a por meio de seus estudos sobre as línguas e os costumes indígenas e, também, sobre a história colonial.
O próprio Capistrano definiu-se, certa vez, como um velho vaqueano, cujos conhecimentos práticos permitiam trilhar caminhos antigos, pouco ou nada explorados, no terreno da historiografia e da linguística indígena.
Para nós que somos cearenses ele é um orgulho, para os brasileiros ele foi um grande colaborador da escrita da História Nacional, para o imaginário de nosso país ele é um pássaro que conseguiu romper os grilhões que a vida lhe impôs, e conseguiu Vir, Ver e Vencer alçando voo sob as asas etéreas do conhecimento histórico e linguístico.

 Notas Bibliográficas
·         VAINFAS, Ronaldo. Capistrano de Abreu - Capítulos de história colonial. In: MOTA, Lourenço Dantas (Org.). Introdução ao Brasil: um banquete nos trópicos. 2.ed. São Paulo: Senac, 1999, p.187. Ver, também, ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial, 1500-1800. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988, p.256.
·         ABREU, Capistrano de. O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, in 1976, 4ª série, p.3-24, originalmente publicados em O Globo, Rio de Janeiro, 21 jan. 1876 e 8 mar. 1876, respectivamente; e História pátria, in 1976, 4ª série, p.3-24, originalmente publicados na Gazeta de Notícias, 9, 10 e 13 mar. 1880.
·         Rev. Bras. Hist. vol.30 no.59 São Paulo June 2010
·         ABREU, O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, 1976, p.3-24;
escrito � r i � � cúpula da vida política do Império, chegando a ocupar o cargo de ministro de Estado, no entanto, foi lançado ao ostracismo por D. Pedro II, após ter criticado o livro A Confederação dos Tamoios (1856), de Gonçalves de Magalhães - escritor que fazia parte do seleto grupo de protegidos do imperador -, a política do governo e as qualidades intelectuais do monarca.
Ressaltando o fato de Alencar ser seu conterrâneo, Capistrano o apresentou como "o primeiro e principal homem de letras brasileiro", "o fundador da literatura brasileira", chamando a atenção para um aspecto de sua obra: o interesse pelo povo, por suas tradições, usos e costumes. Afirmou que seu nome deveria figurar no panteão da história, ao lado de grandes autores estrangeiros, e destacou seu empenho em "criar para si a imortalidade no curto prazo de vinte anos", através de obras que as gerações futuras deveriam ler como ensinamentos.
Em 1879, passou a integrar o corpo de redatores da Gazeta de Notícias, especializando-se na crítica literária, e prestou concurso para a Biblioteca Pública da Corte, conquistando o primeiro lugar. Ao lado do Arquivo Público e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), a Biblioteca era guardiã de um precioso acervo documental e reunia profissionais conceituados por seus estudos históricos, que Capistrano saberá explorar como ninguém trazendo a tona as mais ricas e reveladoras reflexões e descobertas sobre a história do Brasil.
Mesmo tendo encontrado um lugar de destaque na Biblioteca, Capistrano optou por alçar um novo voo: prestou concurso para o Imperial Colégio de Pedro II, em 1883. A cadeira disputada era a de maior prestígio: Corografia e História do Brasil. Defendeu a tese O descobrimento do Brasil e foi aprovado por 17 votos contra 5. No mesmo ano começou a lecionar. Com a extinção da cadeira de Corografia e História do Brasil em 1899, Capistrano foi posto em disponibilidade, alegando incapacidade para ministrar aulas de História Geral, por ser especialista em História do Brasil. Antes de morrer, já era considerado um grande erudito, espécie de "enciclopédia" viva da história pátria.
Capistrano destacava-se pela "segurança da investigação, abundância da informação, profundidade do saber e inteligência do assunto", qualidades que o distinguiriam de seus antecessores e contemporâneos. Seu livro Capítulos de história colonial é considerado por Veríssimo como "a síntese mais completa, mais engenhosa, mais perfeita e mais exata que poderíamos desejar da nossa evolução histórica". Síntese de aproximadamente trinta anos de estudos históricos sobre o Brasil. O autor também chama a atenção para o conhecimento da historiografia alemã por parte de Capistrano, valorizando sua utilização de métodos seguros de investigação histórica. Também aponta a presença de uma direção filosófica em sua produção, capaz de livrá-lo de ser "um simples erudito". Seu grande mérito teria sido a capacidade crítica, empregada na análise de documentos e na crítica dos estudos anteriores.
Após a sua morte no fim de década de 1920 muitos eram os comentários sobe o legado e a pessoa de Capistrano dentre muitos destaquei este: "Esse historiador 'sertanejo' seria uma espécie de mediador entre os mundos da civilização e da barbárie, por possuir aquilo que então se esperava de um historiador: erudição, cultura geral, informações originais, "habilidade de investigação minuciosa, aliada ao método de comparação, dedução e exposição" e, talvez o principal, o "sentimento da terra e da gente" brasileiras.
Coelho Neto, por exemplo, apresentou-o como "um estranho no meio e no tempo" por seu temperamento arredio, interpretado como uma "sobrevivência do 'bárbaro', latente no supercivilizado". Em sua opinião, Capistrano era um "selvagem, que o estudo tornou um dos expoentes máximos da nossa cultura", de modo que "o livro o purificou da barbárie fazendo-lhe o nome atingir a glória".
Como observou Assis Chateaubriand, o grande mérito de Capistrano teria sido compreender a brasilidade - propriedade distintiva do Brasil e do brasileiro - traduzindo-a por meio de seus estudos sobre as línguas e os costumes indígenas e, também, sobre a história colonial.
O próprio Capistrano definiu-se, certa vez, como um velho vaqueano, cujos conhecimentos práticos permitiam trilhar caminhos antigos, pouco ou nada explorados, no terreno da historiografia e da linguística indígena.
Para nós que somos cearenses ele é um orgulho, para os brasileiros ele foi um grande colaborador da escrita da História Nacional, para o imaginário de nosso país ele é um pássaro que conseguiu romper os grilhões que a vida lhe impôs, e conseguiu Vir, Ver e Vencer alçando voo sob as asas etéreas do conhecimento histórico e linguístico.

 Notas Bibliográficas
·         VAINFAS, Ronaldo. Capistrano de Abreu - Capítulos de história colonial. In: MOTA, Lourenço Dantas (Org.). Introdução ao Brasil: um banquete nos trópicos. 2.ed. São Paulo: Senac, 1999, p.187. Ver, também, ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial, 1500-1800. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988, p.256.
·         ABREU, Capistrano de. O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, in 1976, 4ª série, p.3-24, originalmente publicados em O Globo, Rio de Janeiro, 21 jan. 1876 e 8 mar. 1876, respectivamente; e História pátria, in 1976, 4ª série, p.3-24, originalmente publicados na Gazeta de Notícias, 9, 10 e 13 mar. 1880.
·         Rev. Bras. Hist. vol.30 no.59 São Paulo June 2010
·         ABREU, O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, 1976, p.3-24;
 *Aluno da disciplina AÇÃO EDUCATIVA PATRIMONIAL, PROF. Dr. FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES

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