quinta-feira, 13 de junho de 2013

CORDEL: VIDA E MORTE DE LEANDRO do MESTRE SEBASTIÃO CHICUTE ( Por Clesivaldo Araújo Silva Júnior *)

Lembro como se fosse hoje, duas da maiores tristezas que senti como criança.Uma havia sido a morte do ídolo Airton Senna, e a outra a morte do primeiro e único cantor que me fazia cantar seus sucessos, Leandro, que formava dupla com seu irmão Leonardo.



Essa pequena introdução sobre o assunto deste artigo, baseado na obra do Cordelista Sebastião Mendes de Sousa, serve para demonstrar os motivos que me levaram a escolher estudar o cordel feito em sua homenagem, escrever sobre um ídolo.



De forma graciosa o mestre Sebastião declama em seus versos um breve resumo da vida de um dos maiores músicos que o Brasil produziu, fato este retratado em uma comoção nacional durante os dias que antecediam sua futura morte. Podemos observar em seu cordel, a sapiência de Sebastião ao descrever tal fato.





Com esta e outra noticia

Pra quem assistiu não nega

Foi a morte de Leandro

Dor que família carrega

Nesse dia a seleção

Perdeu pra Noruega



Com a Morte de Leandro

Brasil inteiro chora

A falta do grande ídolo

A música piora

Leonardo ficou só

Pensa como faz agora





Menino pobre, nasceu em Goianápolis interior de Goiás, batizado como Luís José da Costa, sempre sonhou em ser famoso e largar a vida de trabalhador rural. Aos poucos, já como adutlo, junto com seu irmão, foi fazendo sucesso nas pequenas cidades de Goiás.



Tal sucesso chamava a atenção de programas musicais e gravadoras. O grande salto na carreira aconteceu após o sucesso “Entre tapas e Beijos”, que lhe rendeu sucesso nacional, principalmente com auxílio da mídia televisiva. Foram mais de 25 milhões de discos vendidos em 23 anos de carreira da dupla de irmãos, que seria interrompida pelo câncer e a morte de Leandro dia 23 de junho de 1998.



No hospital São Luiz

Ele ficou internado

Submeteu-se a exames

Tendo pouco resultado

Sempre os médicos garantindo

Deixar o tumor curado



Sofreu parada cardíaca

No dia quinze do mês

De junho como já foi dito

Mas se repete outra vez

Ficou oito dias em coma

Faleceu a vinte e três



A su família chora

O mundo inteiro também

Com a falta do artista

A dupla não fica bem

Essa família enlutada

Só choro e tristeza tem





Capitamos nestes versos de Sebastião, sua sensibilidade em descrever como era visto o cantor Leandro, como sua morte trouxera ao povo uma tristeza ainda não curada pela morte do ídolo Senna 4 anos antes, em período de copa do mundo, também. Era uma comoção e uma vontade de vencer o torneio para homenagear esse ídolo, como fizera-se em 1994.



Leonardo não parou

Exerceu a profissão

Ainda que ver Leandro

Noutra reincarnação

Durante a vida do artista

Realizando a conquista

O desejo do irmão





Em seus versos e suas músicas, Leandro o compositor da dupla, buscava falar de amor, sendo de um jeito mais “caipira”, ou sendo um “ar” mais moderno, não importava o estilo, o prazer era voltado sempre em emocionar seus fãs,seus amigos e seu irmão, além deste que vos escreve.Assim, nosso autor, Sebastião em sua última homenagem ao grande Leandro, ou Luís José da Costa.





Assim Leandro falou

A música pertence a vós

Continue o seu trabalho

Esperançoso e veloz

Porque tudo que ganhamos

Dependeu da nossa voz



Termino pedindo a Deus

Perdão pra os pecados dele

Que as coroas divinas

Sejam colocadas nele

Leonardo ainda diz

Reze e não chore por ele





Agradeço ao mestre da cultura Sebastião Chicute por esta homenagem a esse grande artista brasileiro.

* Aluno do Curso de História da UECE, disciplina LABORATÓRIO DE TEORIA DA HISTÓRIA, Prof. Dr. FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES.

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